Extrema-direita alemã apresenta manifesto anti-islão

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O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) aprovou este domingo um manifesto onde se afirma que o islão não é compatível com a Constituição Alemã. O documento apela à proibição do uso da burca e do niqab em público e à interdição dos minaretes (torres das mesquitas).

“Para nós, o islão é estrangeiro, e por isso não pode invocar o princípio de liberdade de expressão no mesmo grau que o cristianismo”, afirmou Hans-Thomas Tillschneider, deputado no estado da Alta Saxónia, arrancando muitos aplausos dos seus colegas presentes no congresso do partido, que decorreu este fim-de-semana em Estugarda, no sul da Alemanha.

Fundado em abril de 2013 pelo economista Bernd Lucke, o Alternativa para a Alemanha não tem presença no parlamento federal alemão, mas está representado em metade das 16 assembleias regionais do país, depois de nas eleições regionais de março ter obtido resultados históricos nos estados-federados de Baden Würtemberg, Renânia-Palatinado e Alta Saxónia. Tendo começado como uma força política anti-europeísta, o AfD evoluiu não há muito tempo para um partido com um discurso radical de oposição à política de portas abertas aos refugiados da chanceler Angela Merkel.

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Cerca de 2000 deputados reuniram-se este sábado e domingo para discutir o programa do partido, que até aqui tinha como bandeira única a oposição aos refugiados. A maioria subiu a palco para apelar a medidas contra “os símbolos islâmicos do poder”, entre eles os minaretes, a burqa e o niqab, e criticar a atitude conciliadora de Merkel.

A única exceção foi Ernst-August Roettger, delegado da cidade de Lüneburg, que defendeu que é preciso distinguir entre islão e islamismo, apelando aos alemães para “visitarem as suas comunidades muçulmanas locais e iniciarem um diálogo”. O delegado foi imediatamente vaiado por muitos na assistência e a sua intervenção muito criticada. Do encontro saiu um manifesto que inclui um capítulo intitulado – “O islão não faz parte da Alemanha”.

Frauke Petry, com 40 anos e doutorada em Química, é a líder do Alternativa para a Alemanha desde julho do ano passado. Em janeiro último, a jovem líder provocou um grande escândalo ao defender que a polícia devia poder recorrer a armas de fogo contra os refugiados, incluindo mulheres e crianças, que tentavam passar a fronteira.

Durante o congresso, Jorge Meuthen, porta-voz e co-presidente do AfD com Frauke Petry, garantiu que isto é “apenas o início”. “O nosso programa é a estrada para uma Alemanha diferente”, afirmou.

Helena Bento (Rede Expresso)

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