Estado Islâmico controla mais de metade do território sírio

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As ruínas de Palmira, consideradas Património da Humanidade da UNESCO, podem estar em risco de destruição, avança o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). O autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) tomou controlo total sobre a cidade histórica de Palmira, no centro da Síria, na noite de quarta-feira. A informação, confirmada no Twitter pelo Daesh (num post colocado por alguns dos seus seguidores), surge alguns dias depois de os radicais islâmicos terem conquistado a cidade iraquiana de Ramadi, na província de Al-Anbar.

Durante sete dias, os radicais cercaram Palmira, obrigando as tropas do regime sírio a recuar em todas as suas posições dentro e na periferia da cidade. Neste momento, e segundo o OSDH, o Daesh controla já mais de metade do território sírio, cerca de 95 mil quilómetros quadrados, e dispõe agora de um importante ponto estratégico, que faz a ligação entre a província síria de Deir al Zur, um dos bastiões do Daesh, e Iraque.

“Esta é a queda de uma civilização”, disse à Reuters o chefe de Antiguidades da Síria, Maamoun Abdulkarim. “A sociedade humana e civilizada está a perder a batalha contra a barbárie. Perdi toda a esperança”. Abdulkarim afirmou ainda que, apesar de centenas de estátuas e artefactos do Museu de Palmira terem sido retirados da cidade, muitos outros permanecem ainda em Palmira, encontrando-se em risco.

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O grupo radical é conhecido por ter destruído vários monumentos e antiguidades no Iraque, condenando-os como uma forma de idolatria, e ativistas receiam que o património de Palmira tenha o mesmo destino. Para além disso, os jiadistas têm aproveitado para pilhar algumas destas obras, vendendo-as no mercado negro.

Perdas materiais e humanas

A conquista de Palmira constitui uma derrota para o regime de Bashar al-Assad, uma vez que os jiadistas tomaram ainda controlo dos campos de exploração de gás natural, al-Hail e Arak, que fornecem eletricidade aos bastiões do regime de Assad na Síria. Para além destes, conquistaram ainda Badya (o deserto sírio), o aeroporto militar e a prisão de Tadmur.

A ofensiva iniciada pelo grupo extremista há uma semana, contra Palmira e outras regiões no leste da província síria de Homs, já provocou pelo menos 462 mortos. A informação é avançada pelo OSDH, que sublinha que estas mortes incluem 71 civis, dos quais 12 menores, vítimas do impacto de morteiros do EI ou assassinadas pelos extremistas.

Nas forças do regime de Bashar a-Assad houve pelo menos 241 baixas, de soldados e combatentes leais ao Governo que perderam a vida no campo de batalha.

RE

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