“Esta luta foi difícil e demorada mas demonstrou que vale a pena lutar”

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O sindicato promete estar atento ao cumprimento do acordo alcançado. Se não for cumprido, os trabalhadores vão decidir novas formas de luta

O Clube Praia da Rocha é apenas “um exemplo do grave problema” que afeta cada vez mais trabalhadores. A denúncia é do Sindicato da Hotelaria do Algarve que, apesar da recente vitória neste caso e do crescimento do turismo verificado em 2014, alerta que há mais precariedade e desemprego no setor

“Um salário até 15 de abril e o restante até 15 de junho.” Este é o acordo estabelecido, no passado sábado, entre os ex-trabalhadores e a administração do Clube Praia da Rocha, em Portimão.

Depois de 15 noites e 16 dias de luta, os trabalhadores com salários em atraso e o Sindicato da Hotelaria do Algarve clamaram vitória, sendo que Marilú Santana, a trabalhadora que se encontrava acorrentada no interior das instalações, também saiu do local muito satisfeita com o compromisso escrito do antigo patrão.

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Na conferência de imprensa que se realizou no sábado, o coordenador do sindicato, Tiago Jacinto, mostrou-se satisfeito com o resultado do protesto, mas lembrou que a luta ainda não terminou completamente. “O sindicato irá estar atento ao cumprimento do acordo agora alcançado e chamar a atenção para que, se o mesmo não for cumprido, iremos estar sempre ao lado dos trabalhadores para com eles decidir sobre as formas de luta a adotar”, referiu.

Segundo Tiago Jacinto, a “luta corajosa e determinada” dos ex-trabalhadores do Clube Praia da Rocha foi “difícil e demorada”, mas “demonstrou que vale a pena lutar”.

“Um exemplo do grave problema que afeta cada vez mais trabalhadores”

O sindicato realçou ainda “a coragem, a determinação e a firmeza de Marilú Santana que, farta das promessas do patrão e das injustiças, farta da exploração, decidiu acorrentar-se no interior das instalações para exigir o pagamento do que lhe é devido a si e aos seus colegas”.

Por outro lado, Tiago Jacinto salientou que o drama dos salários em atraso não se resume ao Clube Praia da Rocha e “é um exemplo do grave problema que afeta cada vez mais trabalhadores do setor”.

“Os dados do turismo demonstram que há vários anos consecutivos que a indústria do turismo tem tido um crescimento considerável, em que o ano de 2014 foi o ano de todos os recordes da atividade turística no país e na região, mas a realidade para quem trabalha é bem diferente”, sublinhou o responsável, estimando que a dívida aos trabalhadores deste setor ascenda a mais de 1 milhão de euros (valor que corresponde apenas aos processos que o sindicato acompanha diretamente).

“Cada vez são mais os trabalhadores vítimas da chaga social dos salários em atraso, dos salários de miséria que na sua maioria não são atualizados há anos, da precariedade e do desemprego”, frisou o coordenador do sindicato.

Por último, Tiago Jacinto referiu que “os atuais trabalhadores do Clube Praia da Rocha também têm salários por receber”, uma situação que o sindicato promete continuar a acompanhar de perto.

NC/JA

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