Enfermeira acusa Centro Hospitalar do Algarve de “cunhas” e “manipulação de concurso público”

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Hospital de Faro, sede do Centro Hospitalar do Algarve

Uma enfermeira acusou o Centro Hospitalar do Algarve de “cunhas” e de “manipulação em concurso público” no processo de candidaturas à denominada Bolsa de Recrutamento de Enfermeiros, que arrancou no início deste ano e cuja lista final foi publicada no final de junho.

Marilyn Lopes inscreveu-se, tal como tem feito noutros anos, na referida bolsa de recrutamento no passado mês de fevereiro. Em junho foi selecionada para a entrevista, que acabaria por realizar no dia 24 desse mês no Hospital de Faro.

“Fizeram diversas perguntas e um dos membros do júri comunicou-me que só tinham sido selecionados para a entrevista 100 enfermeiros, que tinham critérios de admissão a esta segunda fase (entrevista de avaliação curricular), e que esses 100 ficariam na Bolsa para reserva, para eventual recrutamento durante seis meses”, explica a enfermeira.

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A lista de classificação final de recrutamento de enfermeiros foi publicada no dia 26 de junho, no entanto, e ao contrário do que lhe tinha sido comunicado na entrevista, Marilyn Lopes surge na 169.ª posição.

“Além disso, encontravam-se melhor classificadas do que eu pessoas que não foram sequer selecionadas para a entrevista, o que não entendo muito bem. Supostamente, esta lista seria realizada em função das pessoas entrevistadas. Tenho uma amiga que ficou bem classificada e nem foi chamada para entrevista…”, conta Marilyn Lopes.

“Não é a primeira vez que acontece, mas desta vez foram longe de mais”, considera a enfermeira, visivelmente revoltada com a situação. Marilyn Lopes diz que decidiu denunciar a situação para “demonstrar as imensas injustiças que acontecem neste tipo de concursos, sobre os quais prevalecem as cunhas e não o currículo de uma enfermeira que já tem experiência profissional de seis anos”.

O Jornal do Algarve contactou o Centro Hospitalar do Algarve para esclarecer a situação, porém o Gabinete de Comunicação referiu apenas que os esclarecimentos referentes ao processo já tinham sido prestado à candidata, por e-mail.

Na resposta enviada a Marilyn Lopes, o Centro Hospitalar do Algarve refere a pontuação que lhe foi atribuída nos diferentes critérios de seleção (habilitações académicas, experiência profissional, formação e entrevista), bem como a sua classificação final, que foi de 8.0 pontos. Acrescenta, ainda, que o júri reavaliou o currículo da candidata “através da grelha de avaliação” e decidiu “manter a sua classificação após a aplicação das respetivas ponderações, incluindo-a numa lista única de classificação final”.

“O que eles explicam com o e-mail enviado foi como obtive a nota final, mas não esclarecem o facto de eu estar com uma classificação inferior à de algumas pessoas que nem sequer foram à entrevista. Não se entende…. Tentei perguntar novamente porquê, mas não obtive resposta”, lamenta a enfermeira.

Domingos Viegas

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5 COMENTÁRIOS

  1. ISTO É UM BOM EXEMPLO DO QUE SE PASSA NA GENERALIDADE DO ESTADO,O QUE INTERESSA É OS ANOS DE EXPERIENCIA,O SER TRABALHADOR OU NÃO NÃO INTERESSA NADAAAA!!!É POR ISSO QUE O NOSSO SISTEMA DE FUNCIONARIOS PUBLICOS COMUNISTAS ESTÁ PODRE E É POR ISSO QUE VAMOS AO HOSPITAL DE FARO E ESTAMOS 8 HORAS Á ESPERA DE SER ATENDIDOS ENQUANTO OS MEDICOS ESTÃO NA INTERNET A JOGAR JOGOS OU NEM SEQUER ESTÃO NO HOSPITAL,ESTÃO EM OUTRO HOSPITAL PARTICULAR A TRABALHAR NO MESMO HORARIO.

  2. São imensos os casos de pessoas que não são colocadas nos mais diversos lugares de Portugal, nas mais diversas áreas por causa de cunhas. Se está mal? Claro que está! Não é, por acaso, que se estuda 4 ou 5 anos, para se tirar um curso e mais tarde nos darmos conta de que não temos hipóteses de ficar com o lugar por causa de outras pessoas que têm cunha. Esta enfermeira não está desempregada, ao contrário do que se possa pensar, imaginem então, aqueles que estão desempregados, tiveram de ir à entrevista, sabe-se lá como.

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