CRÓNICA DE FARO: José Barão, sempre presente

Opinião de João Leal

Se a saudade afetiva e de admiração por este que foi um dos amigos maiores que na vida hemos tido acontece no quotidiano e a cada instante ela acentua-se de forma, compreensível e acutilante, neste mês de Agosto. É que a dezassete deste oitavo mês de cada ano ocorre o 112.º aniversário do seu nascimento em Vila Real de Santo António, a Terra Mãe que ele amava até à exaustão e foi nos dealbar deste mês período, em 1966, início de Setembro, na Casa de Saúde das Amoreiras, nos deixaria, com esse pedido expresso que, com todas as dificuldades e revezes conhecidos tem sido cumprida: “Não deixem morrer o Times”, designação este com que sempre se referia ao “Jornal do Algarve”, que, com um grupo de amigos vilarealenses fundara em 1956.

“Um corolário de dignidade e honradez, de fraterna solidariedade e de devoção à Região onde nascera” foi definido que este foi “um dos mais destacados jornalistas do século XX” e nos legou um testemunho de assumida vivência em prol da autêntica democracia, da justiça social e do empenho em legar um mundo melhor às gerações vindouros.

Quando do assinalar desta efeméride natalícia em 2010 a então Governadora Civil do Distrito de Faro e atual Presidente do Município de Portimão, Dra. Isilda Gomes, definiu José Barão como “figura impoluta de democrata, de republicano e de algarvio”, numa trilogia de entidades que envolveu em pleno uma simplicidade franciscana e uma modéstia fraterna.

Tivemos o ensejo de usufruir da sua estima e amizade, da sua confiança e acreditação dos seus ensinamentos, de modo próprio do testemunho de honrada dignidade de uma vida, com este mestre da vida e de vi-das, de quem viveu sempre e em todos os tempos, desde a juventude, como o demonstra a edição de “Os Novos” na então Vila Pombalina. Uma vida partilhada e recordamos sempre com uma saudosa ternura as horas comungada ou na Travessa da Palmeira, em Lisboa, onde residia ou nas cavaqueiras dos Cafés Restauração, na Rua 1.º de Dezembro ou na “Brasileira”, ao Chiado, na cidade lisbonense e em que o denominador comum, porque sempre o acontecia era o Algarve, o seu e nosso Algarve.

Ao evocarmos, nesta hora aniversariante o mestre, o padrinho e o amigo, prestamos também o tributo de uma sentida lembrança à sempre presente lembrança de sua dedicada esposa e companheira de uma vida D. Ana Baptista Barão e o testemunho da homenagem aquele que foi um dos seus grandes amores, o filho António Barão.

José Barão sempre presente e o testemunho da fidelidade à sua memória constitui cada edição de “Jornal do Algarve” cumprindo o seu derradeiro pedido “Não deixem morrer o Times”!
João Leal

 

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