Centro Hospitalar do Algarve admite “dificuldades pontuais” mas nega “rutura”

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Na sequência da denúncia do conselho distrital do Algarve da Ordem dos Médicos sobre uma “situação de rutura” na especialidade de cirurgia, o conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) acaba de esclarecer que a informação divulgada resultou de “uma situação pontual”, relacionada com o facto de três médicos do serviço terem optado por não efetuar trabalho extraordinário e um outro médico ter solicitado rescisão de contrato, “factos esses que naturalmente causaram constrangimentos nas equipas de urgência em que os mesmos se encontravam integrados”.

“Esta situação, impulsionada pela referida recusa dos médicos (com os quais se debateu a questão em reunião geral no sentido de encontrar as melhores soluções), foi prontamente resolvida através do apoio de dois médicos-cirurgiões da unidade de Portimão que reforçaram as equipas de urgência de cirurgia de Faro, numa resposta rápida e só possível pela articulação entre as três unidades hospitalares que integram o Centro Hospitalar do Algarve”, adianta a administração em comunicado.

O CHA salienta ainda que “as dificuldades inerentes à captação e fixação de médicos no Algarve” são uma das grandes preocupações do conselho de administração que, “desde o primeiro dia em que tomou posse, tem assumido publicamente essas mesmas dificuldades e empreendido todas as diligências ao seu alcance no sentido de as colmatar, quer seja através da permanente abertura concursos de recrutamento ou do diálogo com o Ministério da Saúde, evidenciando a imperiosa necessidade de uma descriminação positiva para o Algarve no que respeita a incentivos para fixação de médicos, os quais já estão a ser concretizados para as especialidades de ortopedia, pediatria e medicina interna”.

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“Os profissionais de saúde do Centro Hospitalar do Algarve têm a assegurado de forma exemplar, dentro da normalidade e com toda a eficácia a resposta assistencial ao intenso período de verão que sobrecarregou a região, não sendo por isso admissível que os dirigentes de estruturas representativas da classe utilizem situações pontuais, que acontecem num hospital com conhecidas carências de recursos humanos, para jogos de natureza política, ignorando que uma notícia desde género possa afetar a confiança dos cidadãos nos serviços públicos de saúde”, conclui o conselho de administração do centro hospitalar algarvio.

Num comunicado divulgado esta quinta-feira, o conselho distrital do Algarve da Ordem dos Médicos frisa que “neste momento, a especialidade de cirurgia geral, uma das especialidades básicas e fundamentais nos hospitais, encontra-se em rutura”.

Segundo aquele organismo, na última semana, alguns turnos de 12 horas de urgência foram assegurados “apenas por um especialista”, o que pode colocar em causa as cirurgias de urgência ou obrigar à transferência de doentes para outros hospitais.

A OM acrescenta que, “graças ao espírito de sacrifício” dos médicos, ainda não houve doentes a serem transferidos para outros hospitais para a realização de cirurgias.

JA

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