Mário Centeno diz que não ficou “de todo” preocupado com as declarações do presidente do Eurogrupo, quando este admitiu a possibilidade de aplicar sanções a Portugal e a Espanha.
O ministro das Finanças desvaloriza e diz que Jeroen Dijsselbloem referiu “simplesmente que há um conjunto de procedimentos europeus que é necessário analisar, cumprir”, adiantando que no Governo “sabemos exatamente do que é que se trata”. Em 2015, Portugal não conseguiu que o défice nominal ficasse abaixo dos 3% do PIB, e derrapou para os 4,4%.
Esta terça-feira, o ministro holandês das Finanças e chefe do Eurogrupo disse haver “sérias razões” para considerar a aplicação de sanções aos dois países ibéricos e que para evitar multas os governos português e espanhol deveriam manter os respetivos Orçamentos na “trajetória certa”.
Centeno responde que “o Governo nunca saiu do caminho certo”, que “sabe o que fazer para manter o país numa trajetória de consolidação das contas públicas” e que é preciso ter confiança na execução orçamental.
No final da reunião do Eurogrupo, que se prolongou pela madrugada desta quarta-feira, o ministro português adiantava ainda que o tema das sanções não foi abordado no encontro de parceiros da zona euro.
Questionado sobre se uma eventual capitalização da Caixa Geral de Depósitos poderia fazer disparar o défice de 2016 para cima da linha vermelha dos 3%, Mário Centeno respondeu que por tratar-se de uma operação financeira “a capitalização não tem impacto direto no défice”.
A preocupação do Governo, diz o ministro, é com a estabilização do sistema financeiro e é nesse quadro que dizque poderá vir a ser tomada uma decisão sobre a capitalização do banco público, “em conjunto com as autoridades europeias”
“O que é importante entendermos do lado da capitalização da CGD é a importância que isso tem para o sistema financeiro, para a sua estabilidade e para sua capacidade de financiar a economia”, concluiu.
Susana Frexes (Rede Expresso)