CANELA mais FINA: A “reconquista” da Europa

Opinião de Luigi Rolla

 

 

De há alguns meses a esta parte, todas as manhãs, quando “vou à internet” e clico nos jornais on-line, faço-o com uma ansiosa preocupação: «onde será que “eles” mataram hoje?», e estou certo que este meu estado de ânimo avassala milhões de cidadãos como eu “por esse Mundo fora”.
Centros comerciais, santuários, locais da “movida” noturna, estações, tribunais, monumentos… e ainda: ministérios, sedes de jornais, aeroportos. Não só a Santa Sé e os locais de representação de países estrangeiros «com especial atenção à França, à Bélgica, aos EUA e Israel». Do centro à periferia, Roma está agora blindada, com centenas de militares e forças militarizadas vigilantes nos pontos nevrálgicos para evitar ataques teorísticos.
Conseguiram que o medo se instalasse junto de cada um de nós, mesmo os que não vivemos “ainda” nenhum episódio dramático como aconteceu a milhares de cidadãos, em Madrid, em Nova Iorque, em Bruxelas, em Munique, em Ausbach, em Paris, em Nice ou em Rouen, para só referir o mundo ocidental… Em muitas cidades europeias o quotidiano dos seus habitantes modificou-se substancialmente. Já nada é como antes e provavelmente nunca mais será. O dia-a-dia está condicionado por inevitáveis medidas de segurança… pensem na proibição de levar sacos ou mochilas aos frequentadores da praia em Cannes, ou aos visitantes da Oktoberfest (festa da cerveja de Munique). Não é isto uma limitação – justificada – na vida dos cidadãos?
No passado dia 31 de Julho, católicos e muçulmanos rezaram juntos nas igrejas italianas para dizer não ao terrorismo, na jornada promovida pela comunidade islâmica, após o assassinato do padre Jacques Hamel em Saint-Etienne-du-Rouvray. Estimou-se em 23 mil o número de muçulmanos que aderiram ao chamamento em toda a Itália. É um grande passo simbólico, um pequeno – primeiro – passo na luta conjunta ao terrorismo. Ver ímanes e sacerdotes, cristãos e muçulmanos rezar juntos na casa do Senhor é certamente um facto histórico. Mas, num país onde residem – pelo menos – um milhão e meio de muçulmanos, eles representaram cerca de 1,5 por cento… Ninguém pretendia que todos os muçulmanos respondessem positivamente ao apelo dos ímanes, mas os números, são indiscutíveis números…
O primeiro passo só será um grande passo, somente quando as palavras e as manifestações simbólicas de solidariedade forem acompanhadas de uma verdadeira unidade de intenções e de uma inequívoca e difusa participação.
Os que assassinam desconhecidos aludindo a uma chamada do seu deus, não serão muçulmanos, mas a verdade é que nenhum deles é judeu, nem arménio, nem cristão, nem protestante, nem hinduísta, nem budista, nem confucionista, nem xintoísta…
Ainda não há um ano daquelas imagens que deram a volta ao mundo, com multidões de alemães nas estações de comboio com cartazes Willkomen e Welcome refugees, carregados de brinquedos e bolsas de comida e roupa. Havia-o pedido a senhora Merkel ao anunciar que as fronteiras da Alemanha estavam abertas para todos os estrangeiros que buscavam asilo na sua fuga à guerra e á violência. Hoje nada é igual. As advertências dos “agoureiros” de ontem confirmaram-se. Os alemães comprovam com horror que perderam o controlo sobre a segurança. E em toda a Europa, imigração e terrorismo levaram a população à exaustão e crescente tensão, verificando no dia-a-dia que a realidade que veem tem pouco ou nada a ver com o que lhes contam os governantes. Assim eles criaram sociedades paralelas em muitas das quais já não vigoram as leis nacionais; onde não entra a pluralidade civil democrática, mas sim a arenga do íman de serviço.
«Tenho medo. Quero que regressem aos seus países. Já não saio de casa porque tenho sempre medo que algum deles nos faça mal.» Isto é o que diz uma senhora que foi vizinha de Mohammed Daleel, o jovem sírio que se fez saltar pelos ares à porta de um bar na pequena localidade bávara de Ansbach. «Ajudei-o muito quando chegou. Levei ao médico a fazer os exames obrigatórios.» Ela sempre havia ajudado os refugiados e imigrantes. Sempre pensou que os alemães deviam-no aos demais. «A Alemanha é rica e generosa e poderá integrar todos quantos cheguem às suas fronteiras pedindo socorro.» Nela, como em tantos outros, parecia latir o desejo de compensar a maldade que lastra a história alemã do séc. XX. Agora já não acredita nisto. A bomba de Ansbach mudou tudo. «A muitos alemães mudou-nos completamente a vida de uma forma brutal como nunca imaginámos que poderia acontecer. Em povoações até agora idílicas onde agora há que acompanhar os filhos e netos à escola, ou em bairros onde agora as mulheres já não podem ir sós às compras, ou já não podem vestir como até aqui…»
Entretanto o governo grego autorizou finalmente a construção de uma mesquita em Atenas. Desconheço se, em regime de reciprocidade, os ortodoxos gregos também construirão uma igreja em Riade…
Eles já ganharam a guerra… proclamam a jihad e impõem-nos a sharia.

P.S.: – os Governantes Amanham-se e Lerpa o Povinho

Luigi Rolla

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