A proposta de lei do PSD, PS e CDS sobre novas regras de cobertura mediática das campanhas foi extremamente mal recebida pelos principais órgãos de comunicação social que já ponderam não ir para a estrada com os partidos nem promover os habituais debates e entrevistas.
O artigo que prevê a obrigatoriedade de as redações terem de submeter previamente os seus critérios editoriais sobre a cobertura da campanha a aprovação de uma entidade externa surpreendeu negativamente os meios de comunicação social e está já a gerar contestação.
Alcides Vieira, diretor de informação da SIC, assume que “qualquer jornalistas e cidadão que preze a liberdade de expressão tem de ser contra este projeto”. “Isto ultrapassa todos os limites. É um mau serviço que se presta à democracia. Obrigar os meios a comunicar a priori o que vão fazer de cobertura de campanha não faz sentido, até porque a atualidade é dinâmica e nós não podemos saber hoje o que vamos fazer amanhã”, exemplifica, esperançado em que “os partidos revejam” este processo. “Para isto, preferimos que fique a lei atual, que é má, mas ao menos não nos obriga a fazer nada”.
A proposta do PSD, do CDS e do PS deverá ser, aliás, um dos temas centrais na audiência que os principais grupos de media português vão ter a próxima terça-feira com o Presidente da República, em Belém. A audiência já tinha sido solicitada há semanas pela Plataforma de Meios Privados que integra a Impresa (dona do Expresso e da SIC), a Cofina (“Correio da Manhã”, “Record” e “Sábado”), Global Media (“DN”, “JN” e TSF), Media Capital (TVI e Rádio Comercial), Grupo Renascença (Rádio Renascença e RFM) e Público Comunicação (“Público”).
Contactado pelo Expresso, Luís Nazaré, o diretor-geral da Plataforma de Meios Privados, remeteu quaisquer comentários sobre a proposta dos partidos para depois da reunião com o Presidente da República.
RE