“Calem-se!”, diz Juncker aos que pedem saída da Grécia do euro

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Na sua visita a Atenas, Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, selou o encontro com o primeiro-ministro Antonis Samaras com um abraço caloroso, uma foto para correr mundo, e afirmou: “Oponho-me totalmente à saída da Grécia da zona euro”.

O presidente do Eurogrupo (reunião dos 17 ministros da zona euro), o primeiro-ministro luxemburguês Jean Claude-Juncker, chegou ontem à tarde a Atenas, e reuniu com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, e com o ministro das Finanças Yannis Stournaras. Decorreu, depois, um jantar de trabalho com Samaras.

O abraço caloroso de Juncker a Samaras selou o encontro, em que o presidente do Eurogrupo reafirmou a sua oposição aos ministros e políticos europeus que têm feito campanha nas últimas semanas pela saída da Grécia de membro da zona euro. “Oponho-me totalmente à saída da Grécia da zona euro”, afirmou em conferência de imprensa, onde foi ainda mais duro: “Os advogados da saída da Grécia do euro deviam calar-se”. Vaticinou que os fomentadores dessa especulação “falharão”. Adiantou que as especulações sobre a saída da Grécia da zona euro estão a prejudicar o plano de privatizações do governo de Atenas.

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Juncker afirmou ainda que “há alguns países da União Europeia que subestimam os esforços gregos”, que considerou inclusive “imensos”. Era o que Samaras precisava de ouvir para iniciar, com otimismo, o périplo pela Europa, que o levará sexta-feira a Berlim e no sábado a Paris.

O presidente do Eurogrupo não deixou, no entanto, de sublinhar que “esta é a última oportunidade para a Grécia” e que a extensão do programa de ajustamento grego dependerá do relatório da troika a apresentar a 8 e 9 de outubro. Afirmou que não recomenda, por ora, um terceiro plano de resgate, mas que isso não quer dizer que nunca haverá. Declinou comentar se um segundo plano de reestruturação da dívida grega, envolvendo os credores “oficiais” (Bruxelas, Banco Central Europeu, sistema de bancos centrais dos países membros da zona euro), está em preparação.

Citi vislumbra “Grexit”

Na mesma altura em que as palavras de Juncker ainda ecoavam, a equipa de analistas do Citigroup, liderada pelo economista-chefe Willem Buiter, fala de uma probabilidade de 90% da Grécia abandonar o euro durante os próximos 12 a 18 meses, e admite inclusive que possa “ocorrer nos próximos seis meses” em função do relatório da troika a apresentar em outubro. A saída da Grécia do euro foi batizado de “Grexit”, juntando as palavras inglesas Greece e Exit (saída).

Jorge Nascimento Rodrigues (Rede Expresso)
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