É quase certo que Mário Centeno vai receber um puxão de orelhas esta terça-feira. Vão ser apresentadas pela Comissão Europeia as previsões da primavera, as mais importantes de cada ano, dado que são as consideradas nas recomendações específicas a cada Estado-membro, lembra o “Jornal de Negócios”.
O Programa de Estabilidade enviado pelo Governo para Bruxelas propõe menos consolidação, assim como as medidas que adota não chegam para a redução prometida do défice.
Desta forma, o embate entre o Governo e a Comissão Europeia deixará de estar confinado aos planos orçamentais para 2016. Os números que vão ser divulgados por Bruxelas deverão evidenciar diferenças significativas face aos números e planos que o Governo inscreveu no Programa de Estabilidade.
Bruxelas está menos otimista do que o Governo para 2016 e resta saber se estima um défice orçamental abaixo de 3% do PIB.
De acordo com o que “Jornal de Negócios” conseguiu apurar, as previsões da Comissão foram construídas com a informação disponível até 22 de abril. Isto quer dizer que formalmente não foram ainda analisados o Programas de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas.
Por exemplo, as diferenças nas previsões do Programa de Estabilidade medem-se em várias centenas de milhões de euros: as regras europeias apontam para reduções do saldo estrutural de cerca de 3700 milhões de euros entre 2017 e 2020, o Governo diz que conseguirá 2900 a 3000 milhões de euros no mesmo período. Porém, o documento enviado para Bruxelas apresenta medidas que não chegam a valer 2000 milhões de euros, conta o “Negócios”.
Fábio Monteiro (Rede Expresso)