Segunda-feira, 29 de junho, vai ficar para a história, já se disse, e não é pelas melhores razões: o sistema financeiro grego ficará encerrado durante uma semana, algo que nunca aconteceu na Zona Euro. Logo, as bolsas mundiais abriram e fecharam em terreno negativo, com quebras entre os 3,56% da Bolsa de Frankfurt e os 5,22% da Bolsa de Lisboa, pressionadas pela interrupção das negociações entre a Grécia e a troika durante o fim de semana. Lisboa registou a maior perda desde 3 julho de 2013, data da demissão de Paulo Portas do Governo.
É um tiro em cheio no coração da Europa e do euro: a banca e a Bolsa de Atenas só irão reabrir a 7 de julho, depois do referendo às medidas propostas pelos credores da Grécia. “Quatro anos e meio depois de ter rebentado a crise, a Europa mostra que ainda não conseguiu afirmar a moeda única e que o euro ainda não está consolidado”, sublinha um analista de um grande banco português que prefere não ser citado.
Lisboa lidera perdas, Londres no polo oposto
O PSI-20, índice de referência da Bolsa de Lisboa, foi quem mais perdeu – caiu 5,22%, o que não surpreende, tendo em conta que Portugal será um dos países mais afetados pelo destino da Grécia. No topo das perdas esteve também o mercado italiano, com uma desvalorização de 5,17%. A bolsa da vizinha Espanha recuou 4,56% – é uma das maiores descidas da Europa. França fechou com uma quebra de 3,74% e a Alemanha de 3,56%. Fora da Zona Euro, a Bolsa de Londres foi a menos afectada: -1,88%.
Na Bolsa de Lisboa foi a banca quem mais perdeu. A liderar as descidas esteve o BCP – desvalorizou 11,11%. Seguiu-se a Pharol (-10%), a Mota Engil( -9,15%), o Banif (-8,82%) e o BPI (-8,45%). A Impresa foi a empresa menos penalizada (-1,2%).
Investidores fogem do risco
Esta terça-feira vai ser mais um dia crítico: a Grécia não vai pagar a tranche de 1,6 mil milhões que devia liquidar ao FMI. Por isso, esta terça os mercados irão abrir de novo no “vermelho”. “Vai manter-se a tendência negativa. Os investidores querem estar fora dos ativos de riscos e as ações e os países periféricos estão nessa categoria”, sublinha um analista.
É das empresas e dos mercados mais pequenos, logo com menos liquidez, que os investidores se afastam.
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