AVARIAS: Nada como realmente

As televisões andam sem precisar de saber o que passar nas notícias. De manhã (se é que o turno da noite não fez o trabalho que devia…), põem a máquina a funcionar e depois é uma questão de se deixarem ir na corrente. Como um agricultor que semeou e esperou que viesse a chuva, para a cultura crescer e aparecer. Não costumo ser bom em alegorias agrícolas, e mais uma vez o que era norma mantem-se: alguma coisa (como os bons tintos do Douro) que não mude. Existe uma época para tudo, a pretérita foi a de Trump, a presente há-de continuara a sê-lo, porque de lá chegam as novas que com que se fazem as audiências. O futuro só a Jorge Jesus Deus pertence, mas parece (pelos astros que consultei) que continuará ligada a Trump, e, talvez, um pouco à Le Pen, ou lá como se chama a facha que os franceses querem pôr no Coliseu. Já o actual presidente dos Estados Unidos (a francesa também, porventura, o será) parece-me uma daquelas figuras que dispensam, de bom grado, a discrição e a temperança, e só funcionam em adiantado estado de electrificação de actos (muitos) e pensamentos (poucos). Dá-me a ideia que um dia que passe sem uma medida ou um ultimato, não é dia. E se não existe, arranja-se. Tenho a impressão que quando chegar a Abril e o Mundo ainda não tiver acabado, depois de Trump ter feito força para iniciar uma guerra nuclear contra qualquer país que mexa, então as atenções das cadeias de televisão irá diminuindo. Mas depressa aparecerão novos focos de instabilidade, com os neo fascistas liberais a tentar empurrar democracias para becos. Sabendo nós que as audiências, não querem dizer – na maior parte dos casos – importância e peso específico das notícias, devemos congratular-nos, apesar de tudo, pelo regresso (tímido) da política, mesmo que o caminho se afigure repleto de escolhos.

Olho de esguelha “A tua cara não me é estranha” na TVI. Parece que os finais de Domingo (em todos os canais generalistas) são dedicados a não sei que santo padroeiro. Toda a gente rejubila, todos são grandes músicos, actores. Os presentes são os melhores entre os melhores e mesmo os músicos que são lembrados não escapam; por exemplo fiquei a saber que George Michael era “um músico fabuloso”. Às vezes umas coisas fazem-me lembrar outras que não têm nada a ver. Por exemplo quando vejo estes programas só me lembro das revistas do coração e como nelas tudo é diferente (dir-me-ão que uma pessoa com o meu nível cultural, devia estar atento apenas ao “Borda D’água”). Por exemplo mulheres e os homens do meu país, colunáveis conhecidos da populaça e que se divorciam, ficam solteiros. Leram bem, solteiros. Como se voltassem a ser virgens. Nada como realmente.

Fernando Proença

 

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