A Associação para a Igualdade Parental e Defesa dos Direitos dos Filhos (APIPDF) quer que a mediação familiar passe a integrar os processos de separação, considerando que com esta medida se podem dirimir conflitos precocemente.
“A mediação familiar deve ser introduzida desde que o processo de separação entre o casal seja encetado”, defendeu à agência Lusa Joana Santiago, co-fundadora do núcleo regional de Coimbra da APIPDF, que hoje promove o seu 1.º Encontro Nacional.
Para a responsável, o objetivo da mediação familiar é “evitar o aparecimento ou crescimento de conflitos”, acreditando que “é possível que esse conflito seja dirimido de uma forma precoce, sem consequências para as crianças”, através deste processo.
Joana Santiago afirmou que no país, quando um casal se divorcia, “a custódia é geralmente atribuída à mãe”, situação que atribui à jurisprudência, manifestando o desejo de que esta situação seja repensada.
“Há todo o afastamento da criança não apenas de um progenitor mas de toda a sua família, quer por iniciativa de um dos progenitores, mas também a própria criança, como está afastada, acaba por desvalorizar essa relação por hiper-valorização da relação com a mãe ou porque sofre pressões da parte da família com quem está mais tempo”, explicou.
Joana Santiago referiu, por outro lado, que “a Lei do Divórcio já prevê a guarda partilhada entre os progenitores, mas quando há conflitos o tribunal acaba por não a atribuir”.
“O que a associação quer é que a guarda partilhada seja um princípio base de um processo de divórcio”, declarou, admitindo neste âmbito uma “alteração de consciência” para que “os progenitores aceitem a guarda partilhada”.
O 1.º Encontro Nacional da Associação Portuguesa para a Igualdade Parental e Defesa dos Direitos dos Filhos decorre na Mata Nacional do Buçaco, Mealhada, com o objetivo de divulgar a associação, criada em dezembro do ano passado.
Entre as 10:00 e as 19:30, os participantes podem também aceder a mais informação sobre a síndrome de alienação parental e trocar experiências.
A APIPDF foi criada para desenvolver actividades no âmbito da proteção e fomento da igualdade parental, quer legislativas, jurídicas, psicológicas, de mobilização da opinião pública ou outras relativamente aos direitos dos filhos cujos pais se encontrem separados ou divorciados.
AL/JA