Acusações de médicos demissionários “são graves” e “têm que ser averiguadas”

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Foram, ontem, conhecidos os pedidos de demissão dos directores dos serviços de medicina interna do Centro Hospitalar Universitário do Algarve. A par disso, em consonância com as cartas de demissão apresentadas, o Sindicato Independente dos Médicos teceu duras críticas aos responsáveis do CHUA, afirmando que na origem das demissões estava a exigência para que as altas médicas dos doentes internados fossem dadas de forma mais expedita, de modo a combater a sobrelotação dos serviços.

O PSD-Algarve considerou, hoje, que a acusação “é da maior gravidade” e “impõe-se que tal seja averiguado”.

“Por um lado, porque, a ser verdade, é uma imposição para que os doentes sejam pior tratados, com menos dignidade e para saírem dos hospitais mesmo que não estejam convenientes recuperados, o que, obviamente, pode por em causa a recuperação e até colocá-los em risco de vida. Por outro lado, porque essa exigência foi alegadamente feita – segundo uma das cartas de demissão – para se aplicar aos doentes mais idosos, o que se afiguraria de uma crueldade intolerável e violaria princípios de igualdade e humanismo a que a nossa sociedade jamais se pode desvincular”, consideram os sociais democratas algarvios.

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Segundo o PSD-Algarve, este episódio “não é, como se tem feito crer, fruto de casos pontuais. É, neste momento, a regra”.

Os sociais democratas dizem que a oferta assistencial de consultas e urgência “reduziu-se muito no último ano” e “os serviços de internamento encontram-se sobrelotados”.

A título de exemplo, o PSD recorda que “em 2015 registava-se uma média de cinco internados por dia nos serviços de urgência, em 2016 sete, e em 2017 o número ascendeu a 25 pessoas, razão pela qual já se vê, coisa que não acontecia desde 2012, doentes internados em condições indignas em macas nos corredores”.

Para o PSD, é evidente que as estruturas hospitalares do Algarve estão constantemente sobrelotadas e que o aumento de população, o crescimento do turismo e o envelhecimento só agudizarão esta situação.

“Tal só se resolve com a construção de um novo hospital central, coisa que o Governo adiou. Esta decisão terá sido suportada por um estudo onde o hospital no Algarve figurava como segunda prioridade, decidiu este Governo construir quatro hospitais, tendo sido o Algarve preterido”, lamentam os sociais democratas.

O PSD Algarve garante que “persistirá na defesa desse objectivo central”, mas espera, até lá, que o Governo “reforce o número de médicos e enfermeiros”, que “assegure que se preenchem vagas em várias especialidades”, que “resolva a degradação do funcionamento dos serviços de urgência básica” e “reduza os tempos de espera que aumentaram nos últimos dois anos”.

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