ACRAL junta cerca de 100 empresários e poder político para debate em Portimão

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O debate incidiu sobre o modelo económico regional, as dificuldades de criação de negócios e efetivação de investimentos e a articulação entre entidades públicas, associações e os poderes públicos

Perto de uma centena de pessoas assistiram ontem a um debate promovido pela associação ACRAL, que juntou no auditório do Museu de Portimão quatro empresários algarvios e seis dirigentes de órgãos regionais da administração pública, além do presidente da associação empresarial Victor Guerreiro.

Em dois painéis, moderados pelos jornalistas Elisabete Rodrigues e Ricardo Claro, os debates subordinados ao tema “Algarve: Economia, conjuntura e futuro”, incidiram sobre questões relacionadas com o modelo económico regional, as dificuldades de criação de negócios e efetivação de investimentos e a articulação entre entidades públicas, entre associações e, numa perspetiva global, entre a sociedade civil e os poderes públicos como forma de dar ao Algarve maior peso e voz institucional junto dos decisores políticos nacionais.

Falta de associativismo e união

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Entre as preocupações mais debatidas pelos painéis esteve o nível de interligação e de sinergias criadas pelos diversos movimentos da sociedade civil, considerado baixo.

Uma situação que as instituições da administração pública parecem estar a conseguir ultrapassar através de maior e mais produtivo diálogo entre si, mas que no setor privado parece estar ainda a dar os primeiros passos para ser colmatada.

Enquanto Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, Carlos Baía, delegado regional do Instituto do Emprego e Formação Profissional, Adriano Guerra, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, Fernando Severino, diretor regional de Agricultura e Pescas e Castelão Rodrigues, vice-presidente da Câmara de Portimão, afirmam manterem contactos e estruturarem a sua ação tendo em conta a relação entre as diversas estruturas da administração pública, do lado das associações Victor Guerreiro, presidente da ACRAL, e Vítor Neto, presidente do NERA, manifestam a mesma vontade e disponibilidade, mas concordam haver nesta matéria um longo caminho a percorrer.

Também os empresários deram, durante o debate, nota da importância do associativismo ao nível empresarial e da dificuldade de o fomentar.

Confronto com a burocracia

Os empresários, Marta Aragão (Inpokulis/TRUtaste), Reinaldo Teixeira (Garvetur), Inácio Oom do Valle (Necton) e Carla Paulino (SafeTWOAll) realçaram ainda as dificuldades impostas pelo confronto das ideias e projetos de investimento com a burocracia do Estado.

O alerta assume expressão nas mais diversas áreas, mas destaca-se como paradigmática a dificuldade de fazer vingar e prosperar os investimentos na área da orla marítima onde o empresário se vê confrontado com uma disseminação de competências que é um verdadeiro impedimento à eficácia da implementação e desenvolvimento das ideias de negócio.

A aposta na internacionalização

O fomento da internacionalização da economia algarvia foi outra das temáticas abordadas. Com os empresários a darem nota da capacidade de inovar e de criar ideias de negócio por parte do empresariado algarvio, mas onde foram sublinhadas as dificuldades na aposta em mercados externos à região e ao país.

Em destaque estiveram a falta de estratégia na aposta em outros mercados e na criação de formas eficientes de comunicação para os mercados-alvo pensadas para o consumidor daqueles mercados e não como uma mera adaptação dos conteúdos comunicacionais criados para o mercado local.

Portas abertas para os empresários

Clara ficou a postura da ACRAL e dos organismos públicos numa atitude de portas abertas para os empresários e para ajudar a viabilizar e implementar os seus projetos.

A aposta clara em ouvir as propostas permitindo a sua formatação em moldes tais que aumentem a sua viabilidade parece ser um desafio que as entidades públicas já assumem como seu e estão a levar à prática.

Sinais de uma mudança de paradigma em que Victor Guerreiro, presidente da associação multisetorial ACRAL, insistiu desde o primeiro momento durante o debate. Para o dirigente da ACRAL “o momento é o de fazer e levar à prática respostas para as questões e problemas das empresas e empresários”.

“Estamos a fazer exatamente isso. Na ACRAL não deixamos de debater e de pensar a realidade e o futuro da economia da região, como estamos a fazer aqui hoje, mas estamos no terreno, a cada dia, a implementar projetos e ações concretas para desenvolver a economia do Algarve e fazer prosperar a região”, rematou o presidente da associação empresarial multisectorial.

JA

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