Se Hércules teve doze trabalhos para se redimir dos crimes que cometeu, os portugueses veem hoje chegar o ansiado momento da 12ª e última avaliação do memorando da troika, a poucas semanas de terminar o programa de ajustamento iniciado em 2011.
Quase três anos depois do início da aplicação do programa de assistência financeira a Portugal, a 12ª e última avaliação ao cumprimento do memorando de assistência financeira tem hoje o seu pontapé de saída.
Como prato forte da agenda de hoje, terça-feira, o encontro dos representantes do Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia com os deputados portugueses membros da Comissão Eventual para Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal, na Assembleia da República.
Já ontem, segunda-feira, a derradeira avaliação foi assunto na política nacional, com o encontro entre governo e parceiros sociais, na Concertação Social, e a ida do ministro Paulo Portas ao Parlamento para responder a perguntas dos deputados.
Apesar do aproximar do final do programa de ajustamento, em cima da mesa dos encontros entre o governo de Passos e a troika de credores ainda estão temas bem quentes e substanciais: o corte definitivo de pensões e de salários na função pública está no topo de uma lista de que constam assuntos como as dívidas das empresas ou as rendas na eletricidade.
No relatório do FMI relativo à conclusão da 11ª avaliação da troika, e que foi conhecido esta segunda-feira, é referido que vão ser discutidos os mecanismos para facilitar a reestruturação da dívida das empresas.
A matéria relativa às pensões e aos cortes salariais na Função Pública prende-se com a intenção anunciada pelo Governo de tornar definitivos os cortes provisórios que têm vigorado nos últimos anos.
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