A saúde não pode esperar mais

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A falta de médicos e enfermeiros, o atendimento ineficiente e a falta de capacidade dos hospitais de Faro, Portimão e Lagos são um problema recorrente na região algarvia há várias décadas

O Algarve acaba de bater todos os recordes de turismo e está a afirmar-se cada vez mais como um dos principais destinos internacionais, mas há um setor primordial para o futuro da região que parece relegado para segundo plano. A saúde aguarda a sua vez, mas a verdade é que não pode esperar mais. O exemplo mais flagrante é o abandono do projeto do novo hospital central, que está previsto há mais de uma década junto a um estádio que custou milhões e passa a maior parte do ano às moscas

 

O Algarve é hoje um dos destinos turísticos mais conhecidos do mundo. Os números oficiais do último ano confirmam: a região bateu todos os recordes em vários indicadores – dormidas, hóspedes, proveitos, passageiros do aeroporto e voltas de golfe. E tudo indica que esta tendência vai acentuar-se este ano, ou seja, o Algarve vai continuar a receber cada vez mais turistas nacionais e estrangeiros. Mas estará preparado?

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Se, por um lado, os sucessivos governos têm revelado pressa para consolidar a região algarvia como um dos principais destinos internacionais – o que é, sem dúvida, importante para o Algarve e para a sua população –, os avanços e as melhorias noutros setores primordiais são questionáveis. É o caso da saúde, que, apesar de vários alertas e reivindicações de utentes, profissionais de saúde, autarcas e sindicatos, parece que continua a ser relegada para um segundo plano.

Um hospital adiado ao lado de um estádio abandonado

Há muitos anos que são reivindicados investimentos essenciais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) do Algarve, que são mesmo encarados como indispensáveis para o futuro da região. Pelo menos, para a maioria das famílias que não tem meios para recorrer aos serviços privados, que continuam a aumentar na região ao ritmo que os hospitais públicos e os centros de saúde vão definhando.

É o caso da construção do novo Hospital Central do Algarve, uma “prioridade” ainda do tempo do então primeiro-ministro José Sócrates, que chegou mesmo a visitar a região para a cerimónia do lançamento da “primeira pedra”. Esta prioridade foi estabelecida por um estudo técnico e o início da construção esteve inclusivamente previsto para 2009. Ou seja, a nova unidade hospitalar já deveria estar a funcionar no Parque das Cidades, entre Faro e Loulé, numa zona junto ao Estádio Algarve, um grande investimento concretizado e mantido com dinheiros públicos, mas que está praticamente abandonado na maior parte do ano.

Este gigantesco equipamento desportivo foi construído para o Campeonato Europeu de Futebol, o “Euro 2004”, com mais de 30 mil lugares, e a sua manutenção custa cerca de 3,6 milhões de euros por ano.

Já o Hospital Central do Algarve, previsto há mais de dez anos, nunca chegou a sair da gaveta, nem deverá ser concretizado nos próximos anos…!

(NOTÍCIA COMPLETA NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL DO ALGARVE – NAS BANCAS A PARTIR DE 5 DE ABRIL)

Nuno Couto|Jornal do Algarve

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