A aldeia mais pequena do país quer ser a mais autêntica

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Apesar de não ser uma aldeia real, a Senhora do Forte é candidata ao projeto “7 Maravilhas de Portugal – Aldeias”, onde vai lutar pelo título na categoria de “aldeias autênticas”

Chama-se Aldeia da Senhora do Forte e é uma povoação imaginária, em miniatura, que pode ser vista no Museu de Lagos. Construída há 23 anos, com traços da paisagem e arquitetura algarvias, a aldeia representa a autenticidade do Algarve que já não existe e até tem lendas e feitos históricos associados à sua fundação. Esta “paisagem do imaginário algarvio” é agora candidata às “7 Maravilhas de Portugal – Aldeias”. Em declarações ao JA, os promotores da candidatura justificam que esta é “uma boa enciclopédia de boas práticas” para o Algarve, para os algarvios e para todo o país

 

Nas últimas cinco décadas, o Algarve perdeu muita da sua autenticidade. Vilas tornaram-se cidades e aldeias rurais cresceram e estão irreconhecíveis. Mas existe uma aldeia que mantém intactas as suas raízes, a começar pelos traços arquitetónicos e pela paisagem. Falamos da Aldeia da Senhora do Forte, que é fruto de um trabalho minucioso de Pedro Reis, com o principal objetivo de preservar a identidade algarvia em risco de desaparecer.

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Apesar de não ser uma aldeia real, a Senhora do Forte é candidata ao projeto “7 Maravilhas de Portugal – Aldeias”, onde vai lutar pelo título na categoria de “aldeias autênticas”.

A candidatura é patrocinada pelo Grupo dos Amigos de Lagos, que realça o “exemplo de autenticidade no Algarve” da Aldeia da Senhora do Forte.

Uma aldeia tão diferente da realidade atual

Os “amigos” desta aldeia – que apesar de ser a “mais pequena” e invulgar de Portugal organiza festas, assembleia do povo, concertos e lançamento de livros – destacam a autenticidade deste local de sonho “onde muitos gostariam de viver”. “Tem boas praias, locais de desporto e recreio, pequena indústria, muito artesanato e cuidada oferta turística”, sublinham.

E será possível replicar esta “paisagem do imaginário algarvio” nos nossos dias? Cristiano Cerol responde ao JA que “é precisamente por não parecer mais possível repetir uma paisagem como esta, tão diferente da realidade atual, que a pequena aldeia continua a preencher o nosso imaginário”.

Mas não se pense que a Aldeia Senhora do Forte não tem mais nada para dar ao Algarve e aos algarvios do que uma simples lembrança do que foi o Algarve autêntico. “É nas aldeias mais preservadas que procuramos vestígios das nossas raízes. Só conhecendo o passado e como chegámos ao presente, é possível construir um futuro sustentável. A Aldeia da Senhora do Forte, ao preservar vestígios arqueológicos, indústrias tradicionais e hábitos próprios da região – visíveis a quem a visita e descritos na sua monografia – é uma boa enciclopédia de boas práticas para o Algarve e para os algarvios”, refere o responsável do Grupo dos Amigos de Lagos.

“Exemplo de autenticidade no Algarve”

Um dos aspetos mais curiosos desta aldeia imaginária é a recuperação das assembleias do povo, que eram uma prática comum nas aldeias do antigamente, mas que caíram em desuso.

“Na assembleia do povo são projetadas imagens do que foi feito ao longo do ano, que os presentes comentam e dão ideias para o futuro”, explica Cristiano Cerol, frisando “a Aldeia da Senhora do Forte tem o seu próprio programa de ação e é aí que ombreia com outras ‘aldeias autênticas’ do país”.

Em 2013, os amigos desta pequena aldeia promoveram mesmo o I Congresso de Aldeias do Algarve e, em junho próximo, vão divulgar o programa do I Congresso de Aldeias de Portugal (II do Algarve).

Em suma, o Grupo dos Amigos de Lagos considera esta aldeia como um verdadeiro exemplo de autenticidade no Algarve e, como tal, uma forte candidata a aldeia mais autêntica do país, no concurso “7 Maravilhas de Portugal – Aldeias”.

Isto porque, “a autenticidade, aquilo que identifica o Algarve e o diferencia de outras regiões, está patente na Aldeia da Senhora do Forte e em toda a sua mensagem”.
“Curiosamente, será das poucas aldeias portuguesas que não perderam população. Quem a visita, ainda lá encontra – e sem envelhecerem – todos os moradores que Pedro Reis colocou na sua aldeia, cada um mantendo a sua atividade e as suas distrações”, remata o patrocinador da candidatura.

Algarve já tem duas “Maravilhas de Portugal”

A primeira fase da eleição das “7 Maravilhas de Portugal – Aldeias” decorreu até à passada terça-feira, dia 7 de março. De 15 a 31 de março vai decorrer a fase de seleção das 49 pré-finalistas e, de 9 de julho a 20 de agosto, serão escolhidas as 14 finalistas.

A eleição das “7 Maravilhas de Portugal – Aldeias” decorre a partir do dia 20 de agosto e a gala finalíssima está marcada para 3 de setembro de 2017.

As “7 Maravilhas de Portugal – Aldeias” são eleitas pelo voto popular, ou seja, qualquer pessoa pode votar e os vencedores serão os mais votados em cada uma das sete categorias (Aldeias com História, Aldeias de Mar, Aldeias Ribeirinhas, Aldeias Rurais, Aldeias Remotas, Aldeias Autênticas e Aldeias em Áreas Protegidas).

Refira-se que o Algarve já conseguiu eleger duas “Maravilhas de Portugal”, nomeadamente a Ria Formosa (“7 Maravilhas Naturais de Portugal” – 2010) e Odeceixe (“7 Maravilhas Praias de Portugal” – 2012). A Aldeia Senhora do Forte pode ser a próxima maravilha, na categoria de “aldeias autênticas”…!

(NOTÍCIA COMPLETA NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL DO ALGARVE – DIA 9 DE MARÇO)

Nuno Couto | Jornal do Algarve

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