Inquilinos dos barros sociais de Faro “ofendidos” com o PS

ouvir notícia

A AIQFARO, Associação dos Inquilinos do Concelho de Faro, afirmou recentemente o seu repúdio à “posição do PS”, face ao processo do novo regulamento das habitações sociais do
concelho.
Em causa está a posição assumida pelos vereadores do Partido Socialista de Faro, declarando que, quanto aos aumentos das rendas de habitação, “se fez justiça”.
A AIQFARO reagiu, afirmando que o PS, tal como o PSD (que detém atualmente a presidência da câmara), incorre em “mais uma ofensa aos inquilinos (…) depois de outras do executivo camarário de Macário Correia”.
O caso remonta a 22 de junho de 2010, quando foi aprovado o novo Regulamento de Acesso e Gestão do Parque Habitacional do município farense, que previa a implementação do Regime
de Renda Apoiada. Esta renda, cujo valor é calculado em função do rendimento mensal declarado de cada agregado e o valor da fração, sofreu, em certos casos, aumentos na ordem dos 100 e dos 200 por cento. Os aumentos foram contestados pelos moradores que, no dia 7 de setembro, chegaram a manifestar-se à porta da câmara contra estas atualizações.
Confrontado na altura com as queixas dos manifestantes, o presidente da câmara, Macário Correia, reagiu desafiando os moradores a tornarem público o seu regime de IRS: “Quem
paga mais é porque tem rendimentos para isso, por isso, as pessoas que dizem que têm esse acréscimo de renda que vos mostrem e publiquem o seu regime de IRS”.
Entretanto, no passado mês de novembro, a AIQFARO e o movimento Com Faro no Coração (CFC) interpuseram uma ação contra a autarquia, face à subida das rendas sociais, no Tribunal Administrativo de Loulé. Os dois movimentos encararam, à época, como normal uma atualização nas rendas, salientando, porém, a natureza “brutal” destes aumentos, “quase todos superiores a cem por cento e atingindo uma parte significativa milhares de por cento a mais”.
Em comunicado, o CFC chegou mesmo a acusar a “falta de consciência social da Câmara e o «esmagamento» de pessoas economicamente débeis”, além de salientar que as forças autárquicas maioritárias recusaram “a participação democrática e a concertação, inviabilizando as propostas que foram apresentadas”.
Assim, a AIQFARO “repudia a posição do PS”, lembrando “que a Câmara quer impor aumentos de milhares por cento e fazer outras ilegalidades”, e frisa que “a maioria dos inquilinos das
habitações sociais são pobres, outros doentes e idosos e não têm dinheiro para pagar”.
A postura do Partido Socialista é também criticada porque, segundo a AIQFARO, além de votar a favor do novo regulamento, ainda inviabilizou, na Assembleia Municipal de Faro, a criação de
uma comissão sobre este assunto.

- Publicidade -

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.